15/09/09

FAZER AMIGOS

AMIZADE E LEALDADE Logo pela manhã corres a lamber-me as mãos, para me cumprimentares. Estes teus carinhos são maravilhosos. Como sabes usar a tua humildade para me convenceres? És persistente, teimoso. Mesmo sabendo que não gosto que andes atrás de mim, tu não desligas. Estás sempre atento aos meus passos, para me seguires. Se pressentes qualquer gesto para evitar que vás comigo, ficas parado à espera que eu ande alguns metros, para, silenciosamente e meio disfarçado, ires seguindo, até me apanhares em local onde já não possa mandar-te embora. Como sabes lidar com cada situação que te é adversa. Permaneces à porta da garagem, para que eu não saia sem que dês conta. Com a tua persistência estás a impor-me a tua amizade. Enfim! Consegues convencer-me e tenho que a aceitar, porque vejo que ela é sincera. És leal. Não desistes. Depois, sabendo que eu não quero os gatos no jardim, por escavarem os canteiros e sujarem os muros brancos, estás sempre atento e, sempre que algum passa próximo de ti, dás-lhe logo uma corrida. Estou a aprender muito contigo, mas ainda não percebi porque é que vais ladrar aos calcanhares das senhoras. Tem cuidado com isso. Já viste que a tua surpresa as assusta. Qualquer dia alguma te atira com a mala à cabeça. Quando vês o Jorge foges a sete pés. Ainda que ele te traga ossos de vaca do talho, não queres nada com ele. Ele trata-te mesmo como cão, a pontapé. Apenas pressentes a presença dele foges logo a esconderes-te. Hoje ele, quando passava na rua, ia a dizer que não era necessário dizer nada que tu desaparecias logo, sinal de que não gostas nada dele. Pois! Por muito que eu não queira, teimas e eu já não tenho coragem de te mandar embora. Por vezes, quando te não vejo, já começo a sentir a tua falta.

06/09/09

HOJE É DOMINGO

Só depois de ter vestido aquela roupa domingueira para me apresentar perante a comunidade Católica que me recebe na Igreja Paroquial do Coração Imaculado de Maria me veio à ideia de que, muito embora nada se notasse, tinha prometido a mim mesmo de que não mais as usaria sem as lavar. Aquele dia 23 de Agosto de 2009, durante a tarde, na garraiada de Sangemil, foi para esquecer pela poeira que o vento fazia circular à nossa volta. Aquela situação das calças, cheias de poeira, não parava de bailar no meu subconscîente. Tantos dias já passaram e por descuido não as limpei nem as mandei limpar. São as coisas da vida, por que o mais comum dos cidadãos deste Mundo, está sujeito a passar. Por isso mesmo, antes que esquecesse de novo, nada melhor de que, libertando aquele vestuário de alguns objectos que colocara nos bolsos, estando com elas na mão... seguiram logo para a respectiva máquina e, agora, lá andam a rebolar-se alegremente, porque, quando sairem, virão lavadas e perfumadas. Um ou dois dias na sombra da garagem... talvez um cheirinho de ferro, estão prontas para voltar à lida diária.. Como tudo, cara lavada , canseira atenuada e imagem melhorada.