20/01/11

FORMA DE ESTAR E DE PENSAR > MAS AINDA HÁ CORAGEM PARA SE DIZER O QUE BEM SE PENSA

 « Click que o jumento ensina-lhe o caminho
REFLEXÃO OPORTUNA SOBRE COISAS SOMENOS COM QUE NOS INTOXICAM NA COMUNICAÇÃO SOCIAL. 

O texto que transcrevemos sensibilizou-nos profundamente.
Realmente, já nos enfadam as notícias sobre a morte de Castro. A comunicação social tem explorado o facto demasiado. O destino de Castro, castrado, já nos ocupou demasiado tempo.
Vai sendo tempo de deixar que as suas cinzas repousem sossegadamente nas condutas de ventilação do Metropolitano de New York.
Gostámos do pensamento que o texto encerra.
Vejamos:


"Nauseas




Na mesma semana em que foi assassinado um cronista social faleceu um capitão de Abril, ao primeiro a comunicação social dedica horas, ao segundo dedicou minutos, para o primeiro são ouvidas dezenas de “personalidades”, do segundo nada se diz, do primeiro até temos de saber por onde vão ser distribuídas as cinzas, do segundo soube-se que o corpo esteve algures em câmara ardente, do primeiro traça-se um perfil de grande lutador pelas liberdades, do segundo pouco mais se diz que era um oficial na reserva.
A forma como a comunicação social tem tratado o homicídio de um mero cronista social tem sido, no mínimo abusiva, são jornalistas, astrólogos, parapsicólogos e uma verdadeira procissão de personagens de um jet set rasca e no meio usa-se e abusa-se das imagens onde se vê o cronista a entregar um ramo de flores a Maria Barroso, imagens que já vi serem repetidas quase uma dúzia de vezes.
A forma trágica como terminou aquilo que o cronista descreveu aos amigos que iria ser uma lua de mel é apresentada por astrólogas, parapsicólogos e outros especialistas deste ramo como uma bela história de amor, um misto de um episódio do Morangos com Açúcar com o Romeu e Julieta. Chegamos ao ridículo de ver as astrólogas e parapsicólogos a tentarem demonstrar a culpa do jovem homicida exibindo e-mails e insinuando que este teria conquistado com palavras o distraído apaixonado, dando a entender que como noutro tempos que o enganou.
E anda este país com problemas gravíssimos distraído com um episódio sórdido da lumpen-burguesia deste nosso jet set miserável, como uma pequena seita de sente que se auto-elege como bonita vive de pequenos luxos obtidos à custa de papalvos, um meio onde se promovem personagens patéticas e decadentes a grandes figuras nacionais, onde autarcas financiam discotecas de astrólogas ou ajeitam as contas de idiotas convidando-os para reis do Carnaval.
Todo este espectáculo mórbido que só serviu para os portugueses saberem um pouco mais sobre se fazem e desfazem as paixões conseguidas com trocas de favores começa a provocar-me náusea, já me custa assistir a um telejornal ou abrir as páginas dos jornais, enoja-me que estes jornalistas me queiram fazer pensar que os grandes problemas do país é como acabam as paixões dos nossos socialites, os sítios que querem poluir com as suas cinzas, ou os sms que trocaram com os seus engates.
Lá que insistam em dizer que crónica social é saber com quem namora uma qualquer Lili decrépita e decadente é uma coisa, agora que a sociedade portuguesa é o pequeno mundo dessa pobre gente é outra coisa. O país tem muito mais com que se preocupar com os engates de modelos, comas trocas de sms, com paixões à primeira vista entre jornalistas de 65 anos e modelos de 20. 
Chega, começo a sentir náuseas."

10/01/11

A CAMPANHA ELEITORAL PARA AS PRESIDENCIAIS


Os Tendeiros

É certo que o pioneiro da arruaça foi Defensor Moura. Outra surpresa. Para o pior
Por:Francisco Moita Flores, professor universitário

Confesso, até pela admiração que tenho pela sua obra literária, que não imaginava Manuel Alegre a liderar uma campanha tão ignóbil, tão suja, tão desprovida de dignidade quando se discute o futuro do mais alto cargo do Estado, que é com mágoa que o vejo afundar-se neste mar de peçonha e ressabiamento em que tende a transformar-se a campanha eleitoral.

Os ataques pessoais, contra a honra e o carácter do seu adversário Cavaco Silva, não se compaginam com o poeta que cantou Camões, que deu um sentido universal e de liberdade às palavras e aos poemas escritos em português. É certo que o pioneiro da arruaça foi Defensor Moura. Outra surpresa. Para o pior. Este embirrou com o 10 de Junho, renegou o orgulho de celebrar o Dia de Portugal e de Camões e, para tanto, não se coíbe de mentir. Por causa de uma tenda, imaginem! Decidiu que era tema de campanha eleitoral uma tenda que teve de alugar para as comemorações do 10 de Junho.
A tenda mostra, segundo ele, que Cavaco faz favorecimento a amigos pois, no ano seguinte, a dita tenda terá sido paga por ele à autarquia que recebeu, com orgulho, as celebrações do dia de Portugal. Ora essa autarquia é Santarém. E já explicámos, já mostrámos a factura, que foi publicada, que a tenda dos seus ódios foi paga por Santarém e não pela Presidência. Ao abrigo do mesmo protocolo que ele voluntariamente assinou para as celebrações do Dia de Portugal. Numa das suas intervenções, deixou claro para o que vinha com a sua campanha. Desfazer a imagem de honradez do seu adversário. Nem uma crítica política, nem uma alternativa política surge da parte destes dois concorrentes. Apenas um chorrilho de insultos que mais parece uma briga de tendeiros por um bom lugar na feira.
Há um malabarismo desonesto em toda a história com que estes dois candidatos querem forçar a mistificação sobre o BPN. Queriam que Cavaco antecipasse a história. Sendo que comprou e vendeu acções, de forma legal, num tempo em que o BPN era um banco em pleno funcionamento, que mostrava sinais de ser sadio, em que centenas de milhares de portugueses confiavam, e com o BPN negociaram na mais pura boa-fé, exigem-lhe que soubesse o futuro. Que soubesse que sete anos depois dessa venda, em vez de um banco estivesse ali um covil de manhosos. Não podia saber. Ninguém sabia. Nem a invocação de estarem lá amigos vale alguma coisa. É apenas obscena. E conhecendo-se toda a história, como agora se conhece, não existe crime algum. Ou melhor, existem dois: os crimes de injúrias e difamação com que dois candidatos procuram matar a honra de um adversário. Coisa indigna, para quem quer ser Presidente da República.
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Mas há...... mais » e............ muito bonito!