É certo que o pioneiro da arruaça foi Defensor Moura. Outra surpresa. Para o pior
Por:Francisco Moita Flores, professor universitário
Confesso, até pela admiração que tenho pela sua obra literária, que não imaginava Manuel Alegre a liderar uma campanha tão ignóbil, tão suja, tão desprovida de dignidade quando se discute o futuro do mais alto cargo do Estado, que é com mágoa que o vejo afundar-se neste mar de peçonha e ressabiamento em que tende a transformar-se a campanha eleitoral.
Os ataques pessoais, contra a honra e o carácter do seu adversário Cavaco Silva, não se compaginam com o poeta que cantou Camões, que deu um sentido universal e de liberdade às palavras e aos poemas escritos em português. É certo que o pioneiro da arruaça foi Defensor Moura. Outra surpresa. Para o pior. Este embirrou com o 10 de Junho, renegou o orgulho de celebrar o Dia de Portugal e de Camões e, para tanto, não se coíbe de mentir. Por causa de uma tenda, imaginem! Decidiu que era tema de campanha eleitoral uma tenda que teve de alugar para as comemorações do 10 de Junho.
A tenda mostra, segundo ele, que Cavaco faz favorecimento a amigos pois, no ano seguinte, a dita tenda terá sido paga por ele à autarquia que recebeu, com orgulho, as celebrações do dia de Portugal. Ora essa autarquia é Santarém. E já explicámos, já mostrámos a factura, que foi publicada, que a tenda dos seus ódios foi paga por Santarém e não pela Presidência. Ao abrigo do mesmo protocolo que ele voluntariamente assinou para as celebrações do Dia de Portugal. Numa das suas intervenções, deixou claro para o que vinha com a sua campanha. Desfazer a imagem de honradez do seu adversário. Nem uma crítica política, nem uma alternativa política surge da parte destes dois concorrentes. Apenas um chorrilho de insultos que mais parece uma briga de tendeiros por um bom lugar na feira.
Há um malabarismo desonesto em toda a história com que estes dois candidatos querem forçar a mistificação sobre o BPN. Queriam que Cavaco antecipasse a história. Sendo que comprou e vendeu acções, de forma legal, num tempo em que o BPN era um banco em pleno funcionamento, que mostrava sinais de ser sadio, em que centenas de milhares de portugueses confiavam, e com o BPN negociaram na mais pura boa-fé, exigem-lhe que soubesse o futuro. Que soubesse que sete anos depois dessa venda, em vez de um banco estivesse ali um covil de manhosos. Não podia saber. Ninguém sabia. Nem a invocação de estarem lá amigos vale alguma coisa. É apenas obscena. E conhecendo-se toda a história, como agora se conhece, não existe crime algum. Ou melhor, existem dois: os crimes de injúrias e difamação com que dois candidatos procuram matar a honra de um adversário. Coisa indigna, para quem quer ser Presidente da República.
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Mas há...... mais
» e............ muito bonito!