15/09/09

FAZER AMIGOS

AMIZADE E LEALDADE Logo pela manhã corres a lamber-me as mãos, para me cumprimentares. Estes teus carinhos são maravilhosos. Como sabes usar a tua humildade para me convenceres? És persistente, teimoso. Mesmo sabendo que não gosto que andes atrás de mim, tu não desligas. Estás sempre atento aos meus passos, para me seguires. Se pressentes qualquer gesto para evitar que vás comigo, ficas parado à espera que eu ande alguns metros, para, silenciosamente e meio disfarçado, ires seguindo, até me apanhares em local onde já não possa mandar-te embora. Como sabes lidar com cada situação que te é adversa. Permaneces à porta da garagem, para que eu não saia sem que dês conta. Com a tua persistência estás a impor-me a tua amizade. Enfim! Consegues convencer-me e tenho que a aceitar, porque vejo que ela é sincera. És leal. Não desistes. Depois, sabendo que eu não quero os gatos no jardim, por escavarem os canteiros e sujarem os muros brancos, estás sempre atento e, sempre que algum passa próximo de ti, dás-lhe logo uma corrida. Estou a aprender muito contigo, mas ainda não percebi porque é que vais ladrar aos calcanhares das senhoras. Tem cuidado com isso. Já viste que a tua surpresa as assusta. Qualquer dia alguma te atira com a mala à cabeça. Quando vês o Jorge foges a sete pés. Ainda que ele te traga ossos de vaca do talho, não queres nada com ele. Ele trata-te mesmo como cão, a pontapé. Apenas pressentes a presença dele foges logo a esconderes-te. Hoje ele, quando passava na rua, ia a dizer que não era necessário dizer nada que tu desaparecias logo, sinal de que não gostas nada dele. Pois! Por muito que eu não queira, teimas e eu já não tenho coragem de te mandar embora. Por vezes, quando te não vejo, já começo a sentir a tua falta.

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