Portugal mantém aposta no mercado angolano | | |
Fonte: Lusa - Editado por AD |
Friday, 30 January 2009 |
"Mesmo num cenário de abrandamento económico, Angola é um país em reconstrução e necessita de parcerias em todos os sectores e níveis de investimento. Por isso continua a ser uma forte aposta para as empresas portuguesas", disse o presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), Basílio Horta.
O responsável falava um dia depois de a Lusa ter divulgado um relatório do economista chefe do Banco Mundial em Angola, Ricardo Gazel, que traça um cenário de uma eventual contracção da economia angolana em 2009, pela primeira vez nos últimos anos, devido ao recuo "dramático" das receitas petrolíferas.
Contudo, Basílio Horta desvaloriza o cenário macroeconómico e lembra que Angola tem sido um mercado com uma evolução muito rápida e com necessidades crescentes não apenas nas áreas de negócio mais tradicionais de bens e serviços, mas também nas áreas mais tecnológicas, como as tecnologias de informação, as biotecnologias e as farmacêuticas.
"Uma coisa é certa. Os países mais bem posicionados em termos competitivos e com capacidade produtiva vão conseguir resistir e vão obter ganhos substanciais quando a crise abrandar. É aqui que reside a responsabilidade da AICEP para com as empresas portuguesas e, em particular, as Pequenas e Médias Empresas: fazer com que desenvolvam mais e melhores negócios em Angola, mesmo num contexto de relativa contracção da economia provocada pela crise global que se repercutirá necessariamente em Angola", sublinhou.
Basílio Horta salientou ainda que as relações entre Portugal e Angola devem ser vistas "num contexto dinâmico" e frisou o "crescente interesse dos empresários angolanos por Portugal, em áreas como a energia, a banca, o imobiliário e o turismo", considerando-o "um bom sinal".
"As exportações portuguesas para Angola têm aumentado cerca de 32 por cento ao ano. Por outro lado, o investimento angolano no país, em 2008, foi três vezes superior ao de 2007. A economia angolana, impulsionada pelos activos excedentes provenientes da actividade petrolífera, mostra que privilegia cada vez mais Portugal para a sua internacionalização e reforça as participações accionistas em empresas portuguesas", disse.
No entanto, o relatório de Janeiro do economista do Banco Mundial refere que a quebra nominal do PIB angolano pode atingir os 17 por cento em relação a 2008, com a média anual do preço do petróleo a 50 dólares e o sector não-petrolífero a crescer a 10 por cento ao ano, e 23 por cento num cenário do barril a 40 dólares.
Mas apesar de reconhecer que o preço do petróleo é incerto, Basílio Horta lembrou que "o governo angolano estimou, no seu orçamento para 2009, um preço médio de 55 dólares/barril, o que não será provavelmente difícil de atingir nos próximos meses".
"Claro que a noção de que haverá um abrandamento no crescimento do PIB é percepcionada por todos em Angola, especialmente no PIB petrolífero. Contudo, o futuro da economia angolana depende muito mais da diversificação de sectores económicos. É de notar que mesmo neste ambiente de crise, o governo prevê um crescimento de 16 por cento no PIB não petrolífero: quantas economias podem, em 2009, dizer o mesmo?", questionou.
Certo é que, para Basílio Horta, os angolanos estão "numa fase de internacionalização" da sua economia, "mesmo considerando a anunciada redução do valor do barril de petróleo".
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